“ Eu me larguei. Eu larguei o blues, baby. Eu larguei o blues e o cigarro. Me deixe te matar dessa vez, como matei o vinho, o conhaque, a sobremesa do bar da esquina. Me deixe lamber seu suor só dessa vez. Não tome banho logo depois do sexo, não guarde o gozo pra mais tarde. Cuspa em mim todos os descontroles que você disfarça. Eu não quero que cuide de mim (mais) Eu larguei o último cara com quem estive porque ele fumava pouco, mas você não fuma, baby. Não tenho razões pra te largar. Existe razão mais medíocre do que essa para largar alguém? Quase te digo que vou embora exatamente por não ter porque ir. Você acreditaria? Filho da puta, isso foi uma metáfora. Eu sou uma metáfora e todos os meus cigarros. A minha maconha tão exposta. Meu sexo tão vulgar. Eu larguei o blues, baby. Eu perdi a música, o rumo, a casa, o telefone. Eu sou uma poesia falida e você nunca quis me ler. Meus cigarros me faziam bem. Quem me fez mal foi você, com todo esse cuidado sigiloso e atencioso. Eu larguei
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Mostrando postagens de outubro, 2012
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No cerne do seu ser chove, sentidos que me escorrem pelas mãos. Me faz de campo baldio, no qual os seus caprichos são inundação. Quando chega do nada, traz pra todo escuro luzes desvairadas. Põe meus sonhos em riste, chora riso, insiste em ser doce e salgada. E u tenho vontade, mas não tenho vocação, p ra viver de chuvarada. O seu porvir irascível, d esata pontos fracos dos mortais. Seu feminino é terrível, s eu masculino é mouro nos seus ancestrais. Anuvia minha mente, é sempre indiferente aos m eus velhos credos. Me acolhe em consolos, m e expulsa aos berros tão cruéis e térreos. Não quero piedade, eu só quero compaixão, p or meu chão. Ah! você já me tirou do sério, t oda vez que chove eu espero, s ei que você não gosta do sol...
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“Foram três os beijos que me cortaram a boca que me selaram os lábios que me calaram o samba e deixaram silêncio e o corpo-rasura e o pé-de-crime- -passional na ponta da língua animal na nascente do desejo carnal na bica da beira do abismo - acidental? Não tem rima pra esse meu suicídio habitual de morrer de amor.”
Faquir involuntário, cascata de champanha, púrpura rosa do Cairo, sapato de sola furada, verso de Mário Quintana, vitrina vazia, navalha afiada, figo maduro, papel crepom, cão uivando pra lua, ruína, simulacro, varinha de incenso.
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E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar".