Eu te mandei embora na primeira vez em que conversamos. Te mandei embora na final do Brasileirão 2011, no meu aniversário, no ano novo, no feriado do Carnaval, num domingo qualquer. E em nenhuma dessas vezes (e em outras inimagináveis) você realmente foi. Quando ninguém disse nada, quando não houve quebra de pratos e de consciência, quando eu não te odiei, não chorei, você foi, desapareceu. Nunca mais voltou. Eu não te pedi para ir. Mas o silêncio quis. Em qual cama você descansa? Em qual peito? A minha é, até hoje, dura, porque você nunca dormiu aqui. O meu é, até hoje, oco, porque você nunca trouxe suas malas e fez moradia.
Tudo sempre será completamente frustrado pela falta que você faz. Eu sempre serei completamente frustrada pela falta que você faz. Que merda vai acontecer com a nossa história de amor? Espero que a gente se (re)encontre num posto de gasolina, às três da manhã de um outubro qualquer. Outubros se parecem com a gente.
“Chega mais cedo, amor, eu finjo que eu não esperava.” 

Yasmin Diniz

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