Que grande merda o grande amor, não acha? Que nos pega tão de mansinho e de repente nos arrasta. Que chega como roupa nova e de repente nos lava na beira do rio, tacando em pedras, esfregando em rochas, mergulhando e afogando em águas correntes. Que grande merda esta metáfora, que finge que o amor nada mais é que um pedaço de pano fodido com prazo de validade, com data marcada. E se for tudo uma grande piada? E se você alimenta algo sozinho e no fim morre de fome? Não seria mesmo uma grande ironia se o amor fosse uma roupa de marca? Lacoste não é roupa de grife, mas se o Tz usa deve valer minhas palavras, pronto. É isso. O amor é uma blusa da lacoste amassada, esfregada e mergulhada na beira de um rio, depois espremida e estendida como se não fosse nada... Pra mim o amor encanto não existe, quando existe fazem piada, ignoram o sentimento, fajutos como o tempo, não valorizam cada vida marcada. E no mais eu fico aqui, sendo trucidada, mergulhada, esfregada, literalmente a beira de um rio, sem fundo, só beira, sem certeza, sem lucidez, com dúvidas que me incendeiam.
Tríplice
Que coisa louca o destino, abrigar sob o mesmo teto, tanto amor contido. A energia de três bombas atômicas prestes a explodir, casos indefinidos, amores interrompidos, ou simplesmente pessoas adultas frustradas com o amor, felizes em suas vidas pessoais, remoendo e pensando: como seria se... O e se... aquele breve instante, aquela quebra de pensamento, aquele pequeno momento onde daríamos tudo de nós para saber se teria dado certo... e o que é dar certo? Meu amor, eu acho que nós demos muito certo. Eu acho que continuamos dando certo, eu não acredito que precisaríamos estar juntas para dar certo. A nossa história é o algo mais certo que me aconteceu. O sentimento que nunca me deixou dúvidas, o tal do amor. Mas querida, de que adianta tanta razão, se quando fecharem a porta do caixão, de que adianta tanta certeza? De que adianta mesa posta, família na mesa, almoço domingo, netos correndo, se quando fecharem a porta do caixão, você estará de novo sozinha? A vida é agora. A vida é instan