Debaixo de toda grande saia esconde-se uma dor aguda. Depois da tempestade, não duvide, sempre pode vir mais chuva. E eu sei que meus cabelos e meus dedos estão enrolados nas tuas curvas, mas chega! Agora chega! Digo em alto e bom som, que a dor do meu coração não vai me livrar das tuas cicatrizes. E debaixo da ponte eu continuo a me ligar, ei, moça, atende, onde está aquele coração selvagem? Onde está toda aquela tua coragem? Tenho medo de não me encontrar mais, tenho medo de não me atender nunquinha. Tenho medo, porque debaixo dessa minha saia grande, escondi traumas irreversíveis, essas feridas provavelmente nunca irão cicatrizar, talvez eu te visse como uma deusa, uma espécie de ser humano especial, que tolice a minha, você é só uma menina, você não é nada, você não esconde nada embaixo da sua saia, eu me arrependo de cada palavra que dediquei a você.
Tríplice
Que coisa louca o destino, abrigar sob o mesmo teto, tanto amor contido. A energia de três bombas atômicas prestes a explodir, casos indefinidos, amores interrompidos, ou simplesmente pessoas adultas frustradas com o amor, felizes em suas vidas pessoais, remoendo e pensando: como seria se... O e se... aquele breve instante, aquela quebra de pensamento, aquele pequeno momento onde daríamos tudo de nós para saber se teria dado certo... e o que é dar certo? Meu amor, eu acho que nós demos muito certo. Eu acho que continuamos dando certo, eu não acredito que precisaríamos estar juntas para dar certo. A nossa história é o algo mais certo que me aconteceu. O sentimento que nunca me deixou dúvidas, o tal do amor. Mas querida, de que adianta tanta razão, se quando fecharem a porta do caixão, de que adianta tanta certeza? De que adianta mesa posta, família na mesa, almoço domingo, netos correndo, se quando fecharem a porta do caixão, você estará de novo sozinha? A vida é agora. A vida é instan