Tríplice

 Que coisa louca o destino, abrigar sob o mesmo teto, tanto amor contido. A energia de três bombas atômicas prestes a explodir, casos indefinidos, amores interrompidos, ou simplesmente pessoas adultas frustradas com o amor, felizes em suas vidas pessoais, remoendo e pensando: como seria se...

O e se... aquele breve instante, aquela quebra de pensamento, aquele pequeno momento onde daríamos tudo de nós para saber se teria dado certo... e o que é dar certo? Meu amor, eu acho que nós demos muito certo. Eu acho que continuamos dando certo, eu não acredito que precisaríamos estar juntas para dar certo. A nossa história é o algo mais certo que me aconteceu. O sentimento que nunca me deixou dúvidas, o tal do amor.

Mas querida, de que adianta tanta razão, se quando fecharem a porta do caixão, de que adianta tanta certeza? De que adianta mesa posta, família na mesa, almoço domingo, netos correndo, se quando fecharem a porta do caixão, você estará de novo sozinha? A vida é agora. A vida é instante. Não dá pra ter preguiça de viver. Você é vazia de vida, querida.

Tua força me espanta, teu amor responsivo e claro me encanta, isso tudo é tão dolorido, porque pisas tanto em uma flor tão bela, vida? Tenho vontade de perguntar, é tão injusto que pessoas tão boas sofram tanto. É tão injusto que a vida mate aos poucos uma luz tão forte, não quero que a sua apague. Quero acreditar que és forte, mas quem é forte por você? Quem te abraça quando precisas? Quem cuida de quem cuida? Isso ouço muito, mas a vida continua, esmagando flores como você, que insistem em nascer em meio aquele chão molhado, mata seca marrom com grama, relva, capim e lama, uma flor forte nascendo, chuva fresca ajudando, mas a vida vai lá e continua te esmagando.

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