Festa Rave
Depois de muito tempo sem frequentar uma festa rave, resolvi que deveria ir a uma novamente, e escolhi a Ziohm Torus, que rolou no fim de semana passado. Eu estava me sentindo um pouco perdida até então, digo, comigo mesma. Sentia-me superior, um pouco mesquinha, anti social e para baixo, isso devia-se ao fato de eu estar muito tempo em casa parada, na semana seguinte a Universidade voltaria a funcionar, então abri meu coração e fui celebrar meu feriado em uma festa rave. E foi a melhor coisa que eu fiz nos últimos dois anos. Eu realmente estava perdida, valorizando pequenas coisas em mim e ao meu redor que não mereciam tamanha atenção. Deveria ter me atentado para o que realmente importa, o que eu sempre soube que importava: o amor, a paz, a alegria, os amigos, a natureza, viajar, conhecer pessoas, deixar a vaidade fluir naturalmente, exalar sua beleza de uma maneira que encante e ilumine. É exatamente isso que Ziohm Torus me proporcionou. Óbvio que como todas as festas, esta também não poderia ser perfeita, e contei com pequenos desconfortos. Mas tudo estava tão perfeito de tal modo, que nada conseguiu interferir enquanto eu transcendia naquele lugar mágico. Quando na pista tinha relances de uma luz branca em meu interior, os olhos fechados, a música atingindo diretamente meu coração, as mãos acima da testa em sinal de agradecimento. Eu não sabia exatamente o que estava agradecendo ou a quem, simplesmente agradeci. Quanto a importância dos amigos, se estão todos juntos, tornam-se uma família, perfeitamente capazes de cuidar uns dos outros, e o fazem com carinho e gentileza. Massagens nas costas e pernas, água, alimento, afeto... Se você precisar, eles estarão lá a te olhar e te cuidar. E isso me acolheu de uma maneira, que me fez reconhecer logo em seguida a necessidade de ir mais longe junto deles! De ir a fundo, de se aventurar, de aproveitarmos nossa juventude em mais celebrações assim. Eles me curaram de algo que nem eu mesma sabia que tinha. A experiência sinestésica que tive nessa festa foi como um mergulho dentro de mim, não exagerei nas drogas, tomando apenas algumas pitadas de MDMA, produto de alta qualidade $$, e muita água! Quando eu mergulhava os pés no lago, sentia tudo purificar dentro de mim. No chilli-out, lugar onde descansamos a mente e o corpo para voltar a pista, tive experiências sensitivas maravilhosas, e pela primeira vez em tempos, senti-me completa. Aberta a novas sensações, a experimentações, a vontade que tive foi de viajar, isto aflorou em mim com uma força que nem querendo muito eu poderia esperar tanto. Por isso já marquei minha próxima viagem, e será para SP. Embarco em abril para um Festival do Mundo Mágico de Oz, na serra de Piquete. Lá, espero terminar de me encontrar, mudar ainda mais minha visão de mundo e amar meus amigos como se o dia não fosse terminar nunca. Como se o tempo não existisse, quero transcender e iluminar, ser luz, ser amor, ser felicidade! Quero o que me agrade, quero até chorar se for de saudade, e quero me lembrar... Só não quero ficar triste, trabalhando estudando e fingindo que o tempo não existe, esperando a vida passar.