Não estou interessada em aparecer, muito menos para você.
Não é para exibir toda a minha vaidade(isso já faço enquanto vivo) que compartilho alguns momentos especiais nas redes. Costumo falar que as redes sociais são para mim um álbum de fotografias virtual. Guardo nele as lembranças mais assíduas, quanto as outras, faço eu mesma questão de apagar da memória.
É fato que muito já fiz por aqueles a quem chamo amigos. E a verdade é dura ao voltar e rebater que nada fizeram por mim. Quantas noites em claro perdi buscando ajudar aqueles que se diziam à beira de um abismo, poderia ter gasto aquele tempo lendo livros ou até mesmo estudando. E quanto aos dias ensolarados que busquei aproveitar ao lado dos mesmos, quando tudo o que queriam era estar compartilhando aquele momento com alguém que estaria longe dali e de ser eu. É, não há no mundo amigo assim. Amigo é aquele que vai na tua casa de surpresa depois de um certo tempo sem te ver. Amigo é aquele que não respeita teu silêncio, que invade teu conforto, que te leva aos lugares preferidos dele junto a ele. Amigo de verdade mesmo não é aquele que só está ali para enxugar suas lágrimas, estes parecem mais acalentadores de mágoas, amigo busca estar contigo nos momentos mais felizes. Eu não tive muitos amigos verdadeiros, alguns poucos me trazem felicidade até hoje, nesse exato momento. Tem amigo meu esperando para me entregar 5 kg de livros vindo de São Paulo. 
Tem amigo que fez questão de partilhar comigo um de seus lugares favoritos durante todo o final de semana passado, quando viajamos em grupo para a Serra de Guaramiranga.
Tem amigos que dividirão comigo sua família em um piquenique em uma cachoeira esse fim de semana.
Tem amigo que está sempre esperando nosso encontro na mesa de bar, que fica pra semana que vem, mas que, quando chega, nos faz flutuar.
Tem amigo meu, que nesse momento está buscando formas de me ajudar em minha busca por mais conhecimento. 
Tem amigo que é professor, é para quem eu compartilho aventuras e amores desde muito cedo.
Tem amigo que sente saudade de mim, na praia, junto ao mar.
Tem amigo que está na Rússia, mas que ainda sinto que é um dos mais próximos de mim.
O fato é que tenho mesmo amigos leais e verdadeiros, estão espalhados por aí. Alguns inclusive andam por Paris, ou Amsterdã, Rio de Janeiro... Eu cuido de ambos, alguns de nós respeitamos o silêncio uns dos outros e aguardamos o melhor momento para o reencontro, mas estes são ainda amigos mesmo.

Agora quanto aos ladainhas, aqueles que explanam seus sentimentos às custas de fotos tão simetricamente perfeitas, sem olhos borrados ou um pingo de fidelização ao momento vivido, que é contínuo e não permite ensaios, estes não são mesmo meia amigos.
Gastam tempo demais evocando curtidas, esquecendo-se de como cultivar uma amizade. Vangloriam-se com alguns poucos encontros com pessoas aparentemente legais - que são na verdade problemáticas como nós e precisam de amigos de verdade - e aproveitam para chamá-los de amigos, encontrá-los em festas e trocar baseadinhos e copinhos de bebida. Mas quando a cortina fecha, a festa acaba e o tempo passa, quem é, de fato, seu amigo?

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