Por um longo tempo parei de escrever. Silenciei. Guardei dentro de mim os meus mais profundos e reais sentimentos, não transpareci o que eu devia. Sim, devia... Eu devia ter agido, ter posto a caneta sobre o papel e declarado amor e guerra a cada maldito sentimento que me invadiu. Mas alguém chegou e me mostrou que o silêncio vence qualquer guerra, o problema é que não fui avisada das consequências... O acúmulo de matéria-energia no coração, o excesso de mágoa na alma, esqueceram de me dizer o preço de perdoar. Tenho sofrido muito nos últimos anos. Não necessariamente por amor, mas pelas descobertas e experiências em minha vida. Tenho sido constantemente castigada pelos deuses por amar demais, por querer demais, por não desistir de nada. A cada dia que passa sinto que ainda tenho muito a viver, mas ao mesmo tempo, tenho cada vez menos tempo aqui na terra, e me sinto distanciada de minhas reais intensões, pelo medo muitas vezes exaustivo de declarar guerras e amores. O mundo em que estou vivendo, digo, o meu ciclo, de colegas e vibes, eu me sinto muito deslocada disso tudo. Eu não me encontro no meio de tudo isso, sinto poderia ser maior, e por isso, me calo. Ignoro, evito, critico. Mas o que me garante de que tem mesmo algo maior me esperando? O que me garante que não estou perdendo tudo isso? Deixando escapar, deixando virar poeira, virar passado, virar nada. Por isso, as vezes me desfaço desse pensamento e mergulho no que eu quiser, naquela hora, naquele lugar. Me desloco para o meu preferido bar, ou para visitar alguém importante, me enfio em festas, curto uma rave, danço até cansar em um reggae, mas, se o amor não está lá, se o que o busco não está lá, ao fim da noite volto para o vazio de dentro de mim e reflito sobre este ciclo, este mundo, esta vida. A verdade é que, por enquanto, estou perdida.
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como uma flor selvagem numa floresta do japão.
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