deixei meu anel na loja de penhores.

God! Já faz tanto tempo que nem sequer consigo recordar a última vez que escrevi algum texto, para alguém, para algo, para mim. Posso ver que aquela garota de 15 anos bancando a escritora já não existe, morreu. Aqui dentro sinto que tudo morreu. Será que amadureci? Mas aos 19? Tão cedo? God! Por que tão cedo? Deixei de estudar português e me importar se o que escrevo está dentro dos parâmetros da lingua portuguesa, deixei de odiar quem coloca apenas dois pontos no final da frase ao invés de reticências, e pra falar a verdade, faço bastante isso agora. Será que me tornei tudo aquilo que odiava? Uma moça controlada, estudiosa, sem piercings, sem ma-drogadas, sem marcas de chupão, sem drogas pesadas, sem nada que faça ser alguém que outrora fui. Ainda sim, meu coração continua em chamas, meus amores continuam vivos, minha sede de viver continua imensa, meu desejo de sair mundo afora gritando e respirando liberdade ainda está aqui. Isso não cessa, deve ser genética. Jornalista não mais serei, escritora menos ainda, e não entendo como o blog ainda gera tantas visitas, mas sei que o desejo de cada um que vem aqui a cada dia desejando ver algo novo é do mesmo tamanho do meu desejo de voltar a escrever... Só que não consigo. Nem sequer tento, mas não percam a esperança, quem sabe dia desses puxo a alavanca, quem sabe alguém consegue me ferir a fundo e eu precise de vodka, papel e lápis, quem sabe algum dia ainda volto a cair no fundo no poço, porque ultimamento o único lugar que tenho caido é na toca do coelho maluco da Alice, a sorte está para o meu lado, obrigado.