Deve haver alguma explicação cientifica para esse sentimento. Deve haver algum lugar em algum ponto especifico do mundo cheio de explicações cientificas para todas as coisas. Um lugar onde a matemática faz sentido. E os homens fazem sentido para a matemática. Deve haver alguém, pelo menos um ser humano que consiga me dizer porque eu fico tão nervosa quando esse amor chega bem perto da minha boca e respira fundo, deve haver algum sentido nessa falta toda de sentido que acontece quando eu toco a pele dele com meus dentes e quase rasgo. Olha, se não houver experiências químicas que expliquem essa troca toda de amor eu quero ser internada em um hospício onde nada faça sentido, nem mesmo amar. Quero um objeto qualquer que eu possa concentrar toda a minha atenção para esquecer tudo aquilo que só aconteceu uma vez, tudo aquilo que acontece toda vez que alguém acorda e põe 1berto pra tocar. Eu acho que é de extrema importância que exista uma precisão exata de quando eu vou descobrir porque sinto esse enchimento tão irônico, estou ironicamente cheia de amor. Adoravelmente cheia de amor. Incrivelmente, absurdamente, redondamente, entusiasmadamente, apaixonadamente cheia de amor. Ou seria cheia de amar? Tenho que procurar, ainda esta semana, os argumentos possíveis para fazer meu cérebro com ar cientifico entender o que esse amor é capaz de fazer sobre meu esfalfado e esmagado coração. Se eu não souber de uma vez por todas o que eu devo saber eu vou correr atrás de quem sabe e quem não sabe não vai atrás. Mas esse amor que está aqui, esse amor não vai me deixar sair nunca, nunca mais! E eu pateta ridícula, piegas, enrustida, vou me acomodando ao lado desse bem que só quer bem estar. Meu querido, meu adorado e idolatrado, salve, salve! Me aqueça nesse fim de inverno, me leve para onde o sol não pega, onde o vento da noite faz soltar ar denso na cara, onde beijo esquenta mesmo debaixo de -40Cº. É lá que eu quero estar, onde o chão não conhece o asfalto, onde as nuvens formam pássaros, onde pássaros são livres para cantar. Observe, eu quero ficar.