Quando não se tem noção do que fazer.
Quando não se sabe a quem recorrer.
Quando o destino te roga algumas pragas, o que resta é desencanar.

Pelo menos uma vez nesta época, permita-se enganar, ou ser enganada.
Nesse vai e vem, nesse fechar e abrir de tantas portas...
Poucos vão se importar.

Permita-se quebrar uma xícara, ou um prato.
Permita-se cortar uma dieta, destas bem rigorosas, e engorde.
Deteste seu corpo, desteste sua melhor amiga, pelo menos nesta época.
Desligue o telefone no meio de uma conversa
saia do teatro no meio da peça.
Permita-se ser mal educada, pelo menos nesta época.
Permita-se mentir, só não esqueça de desmentir.
As mentiras ferem, não esqueça de lembrar-se disto.
E daí? Cutuque a ferida de alguém.

Escreva poemas de amor, e mesmo que saia um horror...
Leve-os aonde for.
Permita-se que leiam teus poemas pelo menos uma vez na vida.
Permita receber apenas boas críticas. – Que mané criticar o texto alheio o que? – Eu não aceito críticas. Aceite críticas. Critique-se.
Tenha narcisismo, exagerado! Agora.
Daqui a quarenta anos, não vai sobrar tanta beleza(mesmo que escondida) para idolatrar.

Mergulhe... Pro-fun-da-men-te. Nas águas de uma piscina azul,
um azul que não combine com o mar, o mar daqui é verde.
ah se eu tivesse olhos verdes, eu mandava ladrilhar, com pedrinhas,
de brilhantes, para poder apaixonar.
Apaixone-se. 
Não há nada melhor que sexo sem dever, 
puxão de cabelo, lamber.

Esqueça filme interessantes, – falo baixinho – tenha muitos amantes.
Espalhe-se no tapete da sala de estar – só não deixe o jantar queimar - 
Tudo isso nesta época, nesta sala, em marte.
Ganhe na loteria sem apostar. Nessa vida, nesse lugar. 


22/01/2010

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