- Eu não consigo ver onde isso termina você consegue? – Ela respondeu tranqüila que não, e afastou um pouco. Olhava atentamente para o infinito, azul, verde, cores nada atrativas e muito traiçoeiras.
- Foda-se, eu não quero mais nada! – Sentei na areia, me comparei a um grão, pequeno, frágil, que apenas acompanha o vento, e é jogado para qualquer lugar. – Saudades, você também sente? Queria lamber teus seios, tocar teu rosto, me infiltrar nos teus cabelos. As folhas de minha agenda estão frágeis, arranquei três ou sei lá quantas hoje, sem querer, acabei perdendo alguns poemas, como o do cara de camisa vermelha. Ainda está aí?
- Sim... Como está o mar?
- Azul.
- Você disse que o mar é verde, mudou de opinião?
- Mudou de cor.
- Você é muito indeciso. – Senti certa ironia em sua voz e um cansaço, muito cansaço.
- Quer desligar?
- Não, por que Fê? Você quer? Tem um bar aqui perto, é novo, ta afim de ir?
- Tô cansado, vou dormir aqui.
- Alô? Fê?
- Estou aqui.
- Quer ir beber comigo? – Havia perdido a doçura, a esta altura.
- Eu quero ir pra casa, dormir.
- Mas você não acabou de dizer que iria dormir ai?
- É eu disse. Acho que estou bêbado.
- Você quer que eu vá te pegar? Agente sai pra comer algo.
- Quer ouvir o som do mar? – Afastei o celular do ouvido, na esperança que ela desistisse, e desligasse. Reaproximei. Silêncio...
- Luh?
- Oi... Sinto falta de você, dormindo aqui.
- Sei...
- Você bebeu o quê?
- Nada, nada.
- Mas você disse que achava que estava bêbado, lembra?
- Lembro. Acho que vou tomar banho.
- Cara, você não tava na praia?
- É, banho de mar.
- Azul ou verde?
- Tanto faz, são as cores de seus olhos, não é? Quero mergulhar no teu olhar, que saudade.
- Só que você não quer me ver!
- É mais sinto saudades, não posso?
- Ah, você me deixa constrangida. – Pude até ver aquelas mãos tocando as bochechas, e soltando um sorriso torto, com covinhas, lindo, simples.
- Alô? Fernando?
- Quero dormir.
- Quer que eu desligue? Olha, sinto muito está te perturbando, é só que... Não consigo parar de pensar em você, quer dizer, em nós.
- Hm, você tem doce de goiaba?
- Quê? Goiaba? Não, você sabe que não gosto.
- Não, quero doce de goiaba, tem?
- Você vem dormir aqui?
- Não, já estou deitado.
- Na areia?
- Na areia.
- Você é louco fê, o que houve? Só queria saber isso.
- Você demorou demais, foi o que não houve meu bem.
- Havia complicações, havia ele, você sabe fê... – Sua voz ficava doce, e triste, e afiada, como punhal, trêmula, queimando, como quando brigávamos e ela dizia coisas terríveis, sobre minha vodca com limão.
- É só que, quando esperamos muito recebemos pouco, a vida é essa, baby, relaxa. - E ouviu a tragada profunda que ela deu, depois, um risinho desprezível.
- E agora?
- Agora, o quê?
- Quando vamos nos entender e ficarmos juntos?
- Quando você aprender a gostar de doce de goiaba.
- Ta, vou desligar, o sono bateu em minha porta, beijo. – E desligou, afastei o celular do ouvido, bravo, por ela não conseguir gostar do tal doce de goiaba.
- Os relacionamentos lindos não acontecem por motivos como este? – Enquanto ela pensava: - Seria mais fácil esquecer as goiabas... Ou não?
- Foda-se, eu não quero mais nada! – Sentei na areia, me comparei a um grão, pequeno, frágil, que apenas acompanha o vento, e é jogado para qualquer lugar. – Saudades, você também sente? Queria lamber teus seios, tocar teu rosto, me infiltrar nos teus cabelos. As folhas de minha agenda estão frágeis, arranquei três ou sei lá quantas hoje, sem querer, acabei perdendo alguns poemas, como o do cara de camisa vermelha. Ainda está aí?
- Sim... Como está o mar?
- Azul.
- Você disse que o mar é verde, mudou de opinião?
- Mudou de cor.
- Você é muito indeciso. – Senti certa ironia em sua voz e um cansaço, muito cansaço.
- Quer desligar?
- Não, por que Fê? Você quer? Tem um bar aqui perto, é novo, ta afim de ir?
- Tô cansado, vou dormir aqui.
- Alô? Fê?
- Estou aqui.
- Quer ir beber comigo? – Havia perdido a doçura, a esta altura.
- Eu quero ir pra casa, dormir.
- Mas você não acabou de dizer que iria dormir ai?
- É eu disse. Acho que estou bêbado.
- Você quer que eu vá te pegar? Agente sai pra comer algo.
- Quer ouvir o som do mar? – Afastei o celular do ouvido, na esperança que ela desistisse, e desligasse. Reaproximei. Silêncio...
- Luh?
- Oi... Sinto falta de você, dormindo aqui.
- Sei...
- Você bebeu o quê?
- Nada, nada.
- Mas você disse que achava que estava bêbado, lembra?
- Lembro. Acho que vou tomar banho.
- Cara, você não tava na praia?
- É, banho de mar.
- Azul ou verde?
- Tanto faz, são as cores de seus olhos, não é? Quero mergulhar no teu olhar, que saudade.
- Só que você não quer me ver!
- É mais sinto saudades, não posso?
- Ah, você me deixa constrangida. – Pude até ver aquelas mãos tocando as bochechas, e soltando um sorriso torto, com covinhas, lindo, simples.
- Alô? Fernando?
- Quero dormir.
- Quer que eu desligue? Olha, sinto muito está te perturbando, é só que... Não consigo parar de pensar em você, quer dizer, em nós.
- Hm, você tem doce de goiaba?
- Quê? Goiaba? Não, você sabe que não gosto.
- Não, quero doce de goiaba, tem?
- Você vem dormir aqui?
- Não, já estou deitado.
- Na areia?
- Na areia.
- Você é louco fê, o que houve? Só queria saber isso.
- Você demorou demais, foi o que não houve meu bem.
- Havia complicações, havia ele, você sabe fê... – Sua voz ficava doce, e triste, e afiada, como punhal, trêmula, queimando, como quando brigávamos e ela dizia coisas terríveis, sobre minha vodca com limão.
- É só que, quando esperamos muito recebemos pouco, a vida é essa, baby, relaxa. - E ouviu a tragada profunda que ela deu, depois, um risinho desprezível.
- E agora?
- Agora, o quê?
- Quando vamos nos entender e ficarmos juntos?
- Quando você aprender a gostar de doce de goiaba.
- Ta, vou desligar, o sono bateu em minha porta, beijo. – E desligou, afastei o celular do ouvido, bravo, por ela não conseguir gostar do tal doce de goiaba.
- Os relacionamentos lindos não acontecem por motivos como este? – Enquanto ela pensava: - Seria mais fácil esquecer as goiabas... Ou não?