Procurei nas ilhas virgens, no caribe e na américa central, e de lugar por lugar busquei, incansavelmente, aquela a quem um dia amei e desencontrei. Nos perdemos  pelo tempo em busca do que os capitalistas chamavam de amor. Ouvi todos os sábios, zombei de todos os tolos, apontei todos os defeitos de todos os povos que conheci. Numa fila indiana caminhamos a vida toda, e você estava bem atrás de mim, a minha frente eu exibia um peito de aço em busca do fogo que o derretesse. Busquei-o, e não o encontrei, mas ele veio até mim. Quando menos esperei queimou minha alma&víceras. Decepcionei. Larguei. Voltei. Por um quase fim, entendi, estava o tempo todo bem ali. Ao meu lado estava ela, desintencionalmente segurou minha mão, segurou meu coração, roubou meus dias, minhas alegrias, todos os sonhos de inverno&verão. Me apresentou uma insônia e uma dor de cabeça sem fim, por ela eu conheci whisky e o efeito que ele tem sobre mim. Por ela descobri que não se ama sem pensar em casamento, com ela mil filhos eu quero ter, pra ela eu quero entregar todas as tulipas e todas as flores de mel e papel. A moça, que anda ao meu lado numa fila indiana, procura seu lugar dentro do seu próprio coração, e quando ela encontrar, de repente, quem sabe numa outra estação, porque primavera já se foi e estamos bem no meio e novembro, a chuva chega junto com os ventos e desespera qualquer coração. No fim, ela sobe no cavalo branco e foge da roda viva que é a fila indiana da vida. E se ela larga minha mão, como eu sobreviveria?

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