Você pode sorrir de lado, passar a língua mil vezes pelos lábios, levantar o cabelo, olhar para mim como quem olha-se no espelho. Você pode rir baixinho, e me encarar por horas, se assim quiser. Mas me permita ficar, pelo menos por uns segundinhos, debaixo do pé de árvore da sua casa, escorada na sua janela, tentando te espiar... Com toda essa marra uns tapinhas não fazem mal, brinque comigo, case comigo, me queira bem, durma comigo. Com mais ninguém. Não seja de mais ninguém. Que teu corpo é como uma maçã no topo de uma árvore pronto para ser colhido. Não iria gostar se me fosse oferecida gratuitamente. Gosto por quê é difícil, por quê não sei como chegar e perguntar: E-aí-pronta-pra-mais-um-sorvete-vamos-ali-vem-aqui-deixa-eu-te-conhecer. Só tenho saco pra você. Gosto por que sinto, ainda, dinossauros brincando de pula-corda dentro dos meus pulmões. Pesam, balançam, mexem com todos os outros orgãos, e deixa transparecer claramente a sudorese formulada de humor, amor, e filtro solar... O teu cheiro não sai do meu pulso esquerdo, o teu sorriso, os teus cabelos, repetindo tudo de novo? É isso mesmo que eu costumo fazer quando gosto, repito e repito em pensamento: nossa-como-ela-é-linda-como-ela-poderia-ser-minha-?. E procuro planos, e resgato idéias perdidas de outros amores pra tentar te conquistar. Que quando tudo isso chegar ao ponto vital, eu vou lamber tuas coxas e beijar tua boca numa exatidão que nenhuma outra paixão te deu ou dará igual. 

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