Há quem me pergunte, porque nesta altura da vida insisto em andar de quatro, subir escadas segurando sempre no corrimão e rezar com mãos cruzadas e ajoelhada. Há ainda quem pergunte como eu, nesta idade ouso chupar pirulitos e me sujar com picolés. Tão nova, eles dizem, pra já tocar no alcool como se ele fosse seu melhor amigo. Tão velha, eles dizem, quando meu sorriso vai de uma orelha a outra e sujo a blusa com molho do macarrão e brigo pela janela no ônibus. Dividir-me entre estas duas pessoas de idades tão diferentes não é fácil,  boto banca pra caralho e não aceito perder nada pra ninguém nem nada de ninguém nem ninguém pra nada nem nada de alguém. Girassóis que não suportam seu próprio peso.

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