Nada é mais real que eu, baby. E é por mim que você vem aqui todas as noites e dias, e é pelo desfoque de meu rosto em teus sonhos que tratas de cuidar desse teu corpo e cabelos vermelhos, curtíssimos. Queres ter a certeza de que quando nos encontrarmos eu não terei olhares e bocas para mais ninguém. Queres que eu sente em tua mesa, te pague um drink e encoste minhas pernas quentes nas tuas, queres que eu te diga: Vem comigo! Eu te darei isso e muito mais ao nosso encontro, eu te darei mais que poemas curtos e deconexos que tentam tresloucadamente ficarem bonitos mas é tão nada na frente do que sinto que se tornam incompreensíveis para mim. Esses que ai estão em teu caminho são só obstáculos, pedras no nosso mar, mas nada há de quebrar o barco que construí durante todo esse tempo para fugirmos desse fundo de poço que é o mundo. Você está aqui por mim, não por outros como eu, não por outros parecidos comigo, que escrevem e te enviam, sem intenções, sem sub-intenções, esse papel é meu e ninguém há de roubar. Divida essa sua juventude estúpida com a gatinha aqui do lado, comigo, meu bem. O resto vira maya com o tempo, toda a complicação vira areia, é tudo veneno contra os nossos nós que não desatam. Nós temos um destino e se batermos o carro e quebrarmos a cara vamos rir juntas da nossa feiúra, e pagar a conta do hospital juntas, e pentear os cabelos uma da outra, sempre. Sempre estivemos fora da roda-viva, a nossa sina é andar lado a lado, por isso nos expulsaram de lá, eu já te expliquei essas paradas todas, não? De fila indiana e desse saco mentiroso todo que os troços de lá me contaram, e que eu aprendi enquanto observava você rodar e rodar, até o dia em que cansou também e saiu comigo. Eu sabia que esse dia chegaria, honey moon. Vamos agora. Pós-tudo! Darkérrimas, modernésimas, puro simulacro...

Postagens mais visitadas